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Sistemas integrados melhoram a sustentabilidade do cultivo da soja na região tropical

Introdução

A sustentabilidade agrícola tem se tornado um dos principais desafios frente à crescente demanda por alimentos e à pressão sobre os recursos naturais. Nesse contexto, o artigo de Silva et al. (2023) investiga como os sistemas integrados de cultivo (ICL), especialmente a integração lavoura-pecuária (ILP), podem contribuir para aumentar a produtividade da soja ao mesmo tempo em que promovem o uso mais eficiente do solo e dos nutrientes. O estudo se concentra na utilização de forrageiras tropicais (Panicum maximum cv. BRS Zuri e BRS Tamani), consorciadas com o milho, como estratégia para formar cobertura vegetal e fornecer nutrientes à cultura subsequente da soja. O objetivo central foi avaliar a eficiência desses sistemas na produção de biomassa, na ciclagem de nutrientes e na produtividade da soja, em comparação ao cultivo convencional sem cobertura do solo.

Autores e Instituições

O estudo foi conduzido por uma equipe de pesquisadores do Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, com colaboração de instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Embrapa Cerrados e Universidade de Rio Verde. A pesquisa teve apoio financeiro da CAPES e do CNPq, demonstrando sua relevância acadêmica e científica no campo das ciências agrárias.

Resultados e Discussão

O experimento comparou oito sistemas de cultivo, incluindo consórcios entre milho e forrageiras (Zuri e Tamani) semeadas em diferentes arranjos (nas entrelinhas e na linha do milho), monocultivos das forrageiras e cultivo convencional de soja sem cobertura. Os resultados mostraram que:

  • Zuri foi a cultivar com maior produção de biomassa e maior quantidade de nutrientes retornados ao solo, especialmente potássio (K).
  • Tamani apresentou a melhor eficiência de dessecação, sendo mais sensível ao glifosato.
  • Os consórcios com Zuri entre linhas se destacaram com maior produtividade de soja, atingindo até 5.549 kg/ha, um aumento de 28,4% em relação à soja cultivada sem cobertura.
  • As análises indicaram uma melhor ciclagem de nutrientes (N, P, K e S) nos sistemas integrados, com liberação sincronizada com as fases de maior demanda da soja.
  • O peso de mil grãos, o número de vagens e a altura das plantas foram superiores em todos os sistemas com cobertura vegetal.

Esses resultados reforçam que os sistemas integrados melhoram atributos físicos, químicos e biológicos do solo, promovendo maior estabilidade da produção mesmo em condições climáticas adversas, como as enfrentadas no Cerrado.

Conclusão

O estudo conclui que a adoção de sistemas integrados com forrageiras tropicais, especialmente com a cultivar Zuri, é uma prática eficiente e sustentável para o cultivo de soja. Essas estratégias aumentam a produção de biomassa, melhoram a ciclagem de nutrientes e resultam em maior produtividade, reduzindo a dependência de fertilizantes minerais. Além disso, favorecem a conservação do solo e da água, sendo altamente recomendadas para regiões tropicais como o Cerrado brasileiro. Trata-se de uma importante contribuição para o avanço de sistemas agrícolas sustentáveis e resilientes.

Escritor do resumo: João Pedro Alves Gazel (membro do GEPEA)

Participantes do projeto: João Antônio Gonçalves e Silva 1, Kátia Aparecida de Pinho Costa 1*, Luciana Maria da Silva 1, Eduardo da Costa Severiano 1, Fabiano Guimarães Silva 1, Eduardo Habermann 2, Carlos Alberto Martinez 2, Lourival Vilela 3, Alessandro Guerra da Silva 4, Adriano Carvalho Costa 1, João Victor Campos Pinho Costa 1 and Katryne Jordana de Oliveira

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