Sabemos que a sustentabilidade tem sido cada vez mais estudada em seus vários âmbitos, e com a agricultura não seria diferente. Também sabemos que assim como as construções civis têm uma base para manter firme toda sua estrutura, as plantas têm o solo, que funciona também como uma base provedora de aspectos fundamentais para a sobrevivência e desenvolvimento dos vegetais.
Dessa forma, ao longo dos anos se tornou uma prática convencional a preferência e utilização de análises de solo voltadas para os aspectos químicos e físicos do solo.
Mas o que será que a ciência nos revela em relação a esse fato?
Em um estudo recente (2020), cientistas analisaram a relação existente entre aspectos microbiológicos do solo comparados ou combinados com os atributos físicos e químicos com a maior produtividade do café na região do cerrado brasileiro.
Para responder a essa pergunta, os cientistas analisaram alguns atributos microbiológicos, como por exemplo:
1- Carbono da biomassa
2- Respiração basal microbiana
3- Quociente metabólico
4- Enzima urease
5- β-glicosidase
6- Atividades da arilsulfatase e outros
Os atributos físicos e químicos analisados foram:
1- Textura
2- pH
3- Conteúdo de matéria orgânica
4- Fertilidade
Dessa forma, por meio da análise dos aspectos anteriores, foi possível chegar aos seguintes resultados:
- Em relação a produtividade do café, os atributos químicos e físicos que estiveram mais associados a essa característica foram os teores de Ca, teor de matéria orgânica, capacidade efetiva de troca de cátions e a saturação de bases;
- Os atributos microbiológicos que foram associados positivamente com a alta produtividade do café são o carbono da biomassa microbiana, o quociente metabólico e as atividades das enzimas β-glicosidase e urease, esses atributos tiveram uma maior capacidade de expressar o potencial do solo do que os atributos químicos e físicos, nesse estudo.
Referência:
DA SILVA ARAGÃO, Osnar Obede et al. Microbiological indicators of soil quality are related to greater coffee yield in the Brazilian Cerrado region. Ecological Indicators, v. 113, p. 106205, 2020.
Autora: Gabriella Brandão – Analista de Desenvolvimento Institucional – IBA – Instituto Brasileiro de Agricultura Sustentável