A citricultura tem considerável importância econômica e social no Brasil, e atualmente ocupa o segundo lugar de maior produtor mundial. Por outro lado, a produção de culturas geneticamente modificadas se destaca, principalmente as resistentes a auxinas sintéticas. Isso faz com que haja o aumento do uso desses herbicidas, como o dicamba e 2,4-D. No entanto, ambos os herbicidas possuem propriedades físico-químicas propensas a volatilização, podendo causar danos em culturas sensiveis, como os citros, mas também na microbiota e comunidade de plantas daninhas próximas, mesmo em doses extremamente baixas.
Por que avaliar a deriva na cultura dos citros? Além da importância econômica e social que o Brasil possui nessa atividade, o Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) possui registros de deriva de dicamba e 2,4-D nos estados que possuem maior destaque de produção citrícola do país, como o estado de São Paulo e dentre outros da região sul do país.
Por que avaliar a deriva nos microrganismos? Eles trazem benefícios de ordem econômica e ecológica.
Sendo assim, qualquer interação negativa na microbiota do solo pode comprometer, toda a produtividade da cultura.
Por que avaliar a deriva na comunidade de plantas daninhas? Estudos mostram que em resposta a subdoses de herbicidas auxínicos pode causar efeito estimulatório ou benéfico, conhecido como hormesis, ao invés de causar injúria na planta.
Ao final da pesquisa, foi observado que para todas as variáveis analisadas o dicamba foi mais tóxico que o 2,4-D. E mesmo na menor deriva simulada (1/256 D) já houve interferência nas mudas de tangerineira e na microbiota do solo. Na deriva simulada de 1/4 D de ambos os herbicidas foi capaz de controlar 80% do caruru-gigante.
Palavras-chave:
Herbicidas auxínicos; Resistência a herbicidas; Subdoses; Volatilização; Transporte pelo vento.
Link do artigo: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2772416622000407
Autores: Maura Gabriela da SilvaBrochado, Kamila CabralMielke, Dilma Franciscade PaulaaAna Flávia SouzaLaubea RicardoAlcántara-de la Cruz, Mateus PereiraGonzatto e Kassio Ferreira Mendes