Você já parou para pensar em quanta energia é necessária para gerar um produto?
Nesse caso, a energia se refere ao calor, eletricidade, combustíveis, entre outros.
Agora, com certeza, você entendeu que essa demanda é variável e pode ser grande. Pensando no setor de produção de alimentos, de acordo com o relatório da FAO de 2016 sobre Energia, Agricultura e Mudanças Climáticas, o setor agroalimentar é responsável por 30% de toda a demanda mundial por energia, e a maior parte dessa energia é requerida nos processos que ocorrem fora das fazendas.
A cadeia de produção de um alimento envolve diversas etapas desde o campo até chegar ao consumidor final. Cada uma das etapas requer energia, seja na mistura de produtos biológicos às sementes, como também na irrigação, seja para o maquinário agrícola realizar as operações de manejo, como a colheita, além do beneficiamento e transporte do produto.
Esses são alguns exemplos de etapas, mas existem muitas outras dependendo do alimento que é produzido e do sistema que é empregado.
Diante desse cenário, é importante pensar em estratégias para tornar o uso de energia mais eficiente e sustentável no setor agroalimentar.
Uma das formas de tornar esse processo mais sustentável e econômico, é o emprego de energias limpas, como a eólica e a solar, que vem crescendo no Brasil nos últimos anos. Outra forma de energia renovável é o biogás, em que o setor agroalimentar fornece diversas fontes para sua produção, como os dejetos de suínos. Existem várias pesquisas que mostram maneiras de eliminar esses resíduos e gerar energia por meio do biogás.
Alternativas para tornar o uso de energia na fazenda mais eficiente e econômico podem ser aplicadas diretamente nas etapas de manejo das culturas.
Por exemplo, a utilização de práticas que proporcionem maior cobertura do solo, como por exemplo, o plantio consorciado, o uso de culturas de cobertura e cobertura morta, podem reduzir a perda de água do solo por evaporação e assim manter maior umidade para as plantas, reduzindo as irrigações.
O aumento da biodiversidade no sistema, por meio dos sistemas integrados de produção e a rotação de culturas, pode favorecer o controle natural de pragas e doenças, reduzindo o número de atividades realizadas nas lavouras para o controle.
Além disso, uma forma eficiente de reduzir o gasto com energia, é o fortalecimento de mercados locais para reduzir o gasto com combustíveis no transporte de mercadorias em longas distâncias.
Referência:
FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. Energy, Agriculture and Climate Change. 2016. Disponível em: < https://www.fao.org/3/I6382EN/i6382en.pdf>
Autora: Maria Antônia Santos, profissional do IBA – Instituto Brasileiro de Agricultura Sustentável