“A agroecologia é um campo transdisciplinar do conhecimento, que contém os princípios teóricos e metodológicos básicos, permitindo o design e o gerenciamento de agroecossistemas sustentáveis. Além disso, contribue para a conservação da agro-biodiversidade e da biodiversidade em geral, bem como de outros recursos naturais e meios de subsistência (EMBRAPA, 2006: 26).”
Este conceito trazido pela EMBRAPA representa parte dos diferentes significados que a Agroecologia pode ter. Atualmente, o termo “agroecologia” envolve ciência, prática agrícola, movimento social e mais recentemente, política governamental. Para alguns, um modo de vida, ideologia, para outros, uma utopia.
As abordagens para o termo “Agroecologia” variam historicamente e de acordo com os diferentes países em que é aplicado. O termo, considerado polissêmico, pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o contexto em que o mesmo é proferido.
Pois bem, o uso do termo começou por volta dos anos 30. Até a década de 1960, a agroecologia se referia apenas como uma disciplina puramente científica. Como prática agrícola, surgiu na década de 1980, e foi muitas vezes entrelaçada com movimentos dos anos 90, contra a agricultura industrial.
Porém, na Alemanha, a agroecologia tem uma longa tradição como uma disciplina científica. Já na França, a agroecologia era entendida principalmente como uma prática agrícola. Nos EUA, há um predomínio da agroecologia como ciência, e no Brasil, há uma ênfase mais forte no movimento e na prática agrícola.
Logo, o termo Agroecologia pode ser definido de várias maneiras, por tendências etnológicas, ecléticas e universalistas. Isso destaca a importância de reconhecer as especificidades, prerrogativas e autonomia (sujeitas a regulamentos e questões éticas e políticas) de cada campo, ator ou instituição que constrói seu próprio conceito de Agroecologia, tanto para fins analíticos quanto políticos/programáticos
Assim, O IBA nasceu com o objetivo de utilizar o termo Agroecologia na sua vertente prática e científica. Os profissionais da área agronômica que, por meio deste Instituto trabalham, buscam contribuir para o desenvolvimento de sistemas de produções mais limpos e verdadeiramente sustentáveis, que sejam mais responsáveis com o meio ambiente, rentáveis ao produtor, e que contribuam para o aumento da qualidade de vida dos consumidores.
Cabe salientar que, como prática agrícola, a Agroecologia não é exclusiva para agricultura familiar, e se buscamos mudança no cenário atual da agricultura em relação à preservação do meio ambiente, precisamos focar nossos esforços também à agricultura em larga escala.
Deste modo, o termo Agroecologia, para o nosso Instituto, retrata puramente a essência dos significados das palavras:
Ecologia é o estudo das relações dos seres vivos entre si e destes com o meio. É uma ciência ampla e complexa que busca entender o funcionamento de toda a natureza;
Agroecossistema é a modificação de um ecossistema natural pelo homem, para a produção de bens necessários a sua sobrevivência.
Portanto, entendemos AGROECOLOGIA como a aplicação dos princípios e conceitos da ecologia ao desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis. Ou seja, uma ciência que estuda os agroecossistemas, visando sua regeneração, otimização e sustentabilidade.
Referências
EMBRAPA, Marco Referencial em Agroecologia. Brasília: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 2006, 70 p.
NORDER, Luiz Antônio et al. 2016.
WEZEL, Alexander et al. 2009.
Rafaela Ferreira
Gestão de Projetos – IBA