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Benefícios do consórcio entre culturas de interesse econômico e espécies vegetais de cobertura

O sistema Santa-Fé se trata de um consórcio entre culturas anuais de interesse econômico (predominantemente grãos) e espécies vegetais de cobertura, as quais também podem ser semeadas por diferentes motivos. Basicamente, a aplicação desse sistema se dá no período da safra e fundamenta-se na ideia de otimizar o uso das áreas principalmente na entressafra, além de apresentar diversas outras vantagens (COBUCCI et al.,2000). O sistema Santa Fé foi desenvolvido pensando principalmente na região do Cerrado, pois é uma região onde há baixa pluviosidade, ocorrendo déficit hídrico antecipado quando comparado a outras regiões e biomas do Brasil (CECCON, 2013).

Dentre os consórcios mais utilizados no sistema Santa-Fé, o milho se destaca como sendo a principal cultura anual escolhida, sendo comumente implantado como cultura anual no sistema Santa-Fé por apresentar rápido estabelecimento, ser uma das principais culturas de verão do cerrado, e não requisitar diferentes manejos e tempo de ciclo em comparação à sua implantação de maneira isolada (fora do sistema) (COBUCCI et al., 2000).

A utilização do consórcio com o milho pode ser realizada com diferentes espécies de braquiárias braquiária, trazendo inúmeros benefícios ao sistema. Dentre eles é possível citar uma redução de processos erosivos do solo, aumento de deposição de material orgânico, reciclagem de nutrientes, maior diversidade e equilíbrio da microfauna, além de controle de plantas daninhas e uma melhor agregação do solo (KLUTHCOUSKI et al., 2000).

O milho também pode ser consorciado no sistema santa fé com espécies de crotalária. A adoção dessas espécies se destaca quando se tem o objetivo de manter o solo com grande quantidade de palha após o ciclo produtivo; além disso, considerando que as crotalárias são espécies leguminosas que realizam a fixação biológica de nitrogênio (FBN) de maneira simbiótica, a sua inclusão no sistema Santa-Fé também é capaz de incorporar ao solo uma boa quantidade de N (GARCIA & SILVA, 2019).

AUTORES: João Carlos Guimarães Iacobucci e Kaio Eduardo Pires Álvares, do Grupo PACES da ESALQ/USP.

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